No Brasil tem sido cada vez mais presente o uso de Terminações Desconectáveis de média tensão para conexão de cabos isolados e blindados em equipamentos isolados a gás SF6 (hexaflureto de enxofre) e GIS (Gas Isulated System). Neste contexto, a ELOS compilou alguns improvisos utilizados na instalação dessa tecnologia no Brasil e esclarece a necessidade de um empenho maior nas escolas técnicas, universidades e por parte dos fabricantes quanto à capacitação dos profissionais da área.
A tendência mundial de se fabricar equipamentos de manobra e proteção compactados isolados com SF6 em média e alta tensão, visando diminuir o volume das instalações elétricas, obriga o uso de conexões elétricas compactas apropriadas com terminações desconectáveis.
Diferentemente das terminações fixas, usadas em redes aéreas, o campo elétrico confinado no cabo de média tensão deve ser condicionado na conexão elétrica. Isso obriga o uso de tecnologia de controle e orientação do campo elétrico nas partes de conexões, fabricadas normalmente de material isolante de epóxi, silicone e EPDM (Etileno Propileno Dieno).
De forma ilustrativa vamos mostrar alguns casos com a descrição de cada problema e como seria o correto:
1- CAIXA DE PASSAGEM / DERIVAÇÃO
É comum em redes de distribuição de energia subterrâneas a utilização de caixas de passagem com a função de prover um ramal de derivação do circuito principal.
Constatação da falha, descrição:
Uma caixa de passagem não permite a utilização de terminações fixas de uso interno e nem externo, terminações comumente chamadas de muflas, que vemos em postes da rede aérea. Esse tipo de terminação não efetua o confinamento do campo elétrico, estando potencialmente sujeito às medidas recomendadas pela NBR 14039 no que tange as distâncias
mínimas recomendadas em relação à tensão nominal da instalação.
A ocorrência da falha se deve provavelmente ao desprendimento do terminal do cabo da terminação por compressão inadequada e consequentemente desprendimento do cabo e a formação de um arco elétrico. Outra causa pode ser o aquecimento anormal do terminal por má cripagem e consequentemente o derretimento do terminal e a consequente formação de um arco. Ambas as possibilidades são agravadas considerando o peso do cabo de derivação atuando na conexão. O que configura grande risco ao sistema e as pessoas com acesso ao local.
Como deve ser montado:
Em uma caixa de passagem usa-se o acoplamento direto entre terminações desconectáveis ou através de barramento blindado com terminações do tipo desconectáveis de 250 A ou 630 A. A disposição das terminações desconectáveis em uma caixa de passagem pode ser feita com um barramento (BTX – barramento triplex ou QTX – barramento quadriplex) como mostra a figura abaixo.
Outra alternativa é a utilização de um barramento BTX (triplo) ou QTX (quadruplo) fixado junto à parede da caixa de passagem e efetuando as derivações com os desconectáveis apropriadas. Caso uma das saídas não for usada, esta deve ser fechada com uma tampa isolante apropriada.
Recomendamos sempre que se façam as derivações em cabines de distribuição de forma aflorada, que chamamos de ECDP (Cabine de Distribuição Tipo Pedestal de
média tensão). Nestas cabines é possível realizar a derivação de até 3 circuitos, trifásicos de maneira segura, ergonomicamente acessível, evitando com que o operador trabalhe em ambientes
confinados.
A cabine de distribuição tipo pedestal pronta ECDP (24 kV/250 A) do tipo “plug and play” pode ser fornecida com os barramentos dispostos de tal forma a fim de tornar a cabine extremamente compacta. A mesma cabine, também para uso externo existe para 36 kV/630 A.
Outra opção seria uma conexão de média tensão blindada própria para caixas de passagem utilizando 3 terminações desconectáveis conectadas por um CONE 3-250A (PT3) fixado através de abraçadeiras e cabos. Seriam necessários 3 arranjos destes. O mesmo arranjo poderia ser feito com terminações desconectáveis reto, dependendo das saídas previstas na caixa de passagem.
Uma solução possível de se utilizar em um leito de cabo para fazer uma derivação do circuito em até 36 kV, podendo o terceiro cabo sair perpendicularmente da bandeja principal. Uma solução desta também está disponível em até 72 kV.
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