Link Box e soluções em média tensão
Quando cabos isolados e blindados de média tensão são aterrados em ambas as extremidades do lance e possuem lances com comprimentos superiores a 500 metros, é comum haver a passagem de corrente elétrica através da malha de aterramento. Essa corrente induzida pelo condutor principal prejudica o isolamento, porque aumenta a temperatura de trabalho e podem ocorrer descargas nas conexões e terminações.
Os pontos de aterramentos nas extremidades dos cabos, onde é realizada a conexão de aterramento da malha, nem sempre têm o mesmo potencial ou, por vezes, não são aterrados de modo a neutralizar o efeito da corrente induzida na blindagem. Além disso, os pontos distantes de aproximadamente 500 metros ou mais não possuem o mesmo condutor terra, gerando diferença de potencial nas extremidades da malha e consequentemente uma corrente elétrica induzida.
A maneira clássica de se resolver esse problema é a passagem do quarto fio que interliga o aterramento. Como as distâncias são grandes, a própria impedância do quarto fio não resolveria completamente a questão. Algumas concessionárias e parques eólicos costumam aterrar somente um lado para tentar solucionar o problema, mas somente esta ação não traz a solução total, uma vez que não há corrente induzida, mas sim, uma tensão na extremidade da malha de aterramento que não foi aterrada. Esta tensão é tanto maior quanto for a corrente do condutor principal, e pode chegar a vários kV, o que também resulta em riscos a equipe de operação e aos acessórios de conexão.
A ELOS empregou juntamente com fornecedores uma técnica conhecida em redes isoladas de extra alta tensão (> 72 kV): o cruzamento dos condutores de aterramento (cross-bonding) e utilização de para-raios especiais que limitam a diferença de potencial entre o ponto a ser aterrado e o aterramento efetivo. Este método foi aplicado em média tensão (1kV até 36 kV) para aplicar os mesmos efeitos da solução previamente conhecida.